segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Habilidades: Engenharizando a pedagogia

Adoro conceitos da pedagogia que são compreensíveis para engenheiros. E tem um conceito muito interessante que é bem parecido com aqueles que estamos acostumados na engenharia. Se chama taxonomia de Bloom.

Definição de etapas de um processo! Tudo o que um engenheiro quer!

Veja só, a teoria diz que os processos cognitivos seguem uma sequência de etapas. Então, quando uma pessoa aprende algo, ou quando queremos analisar qual é o "estado" de conhecimento de uma pessoa sobre algum assunto, podemos verificar qual o nível que ela possui em cada etapa. Calma, vou primeiro listar as etapas dos processos cognitivos e depois apresentar exemplos:

1) Conhecer - a pessoa sabe que algo existe. Ela consegue reconhecer, listar, e identificar conceitos de um certo assunto.
2) Entender - a pessoa compreende algo. Ela, além de reconhecer, entende e sabe explicar sobre um conceito do assunto em questão.
3) Aplicar - a pessoa consegue aplicar um conceito. Então, dada uma certa situação, pelo fato de entender o conceito, consegue aplicá-lo para resolver um problema.
4) Analisar - a pessoa enxerga e analisa várias formas de abordar uma situação, além de simplesmente resolver o problema.
5) Avaliar - em seguida, ela pode avaliar todas essas possibilidades e decidir qual é a melhor.
6) Criar - por fim, no último nível ela consegue criar novas formas de abordar uma situação, por conseguir avaliar possibilidades e descobrir suas fraquezas, tentando amenizá-las em sua proposta.

Existe muito material sobre esse assunto por aí. Textos que vão explicar muito melhor do que eu. O que você achou dessa organização?

Agora vou dar exemplos. Vejo que a maior parte das disciplinas que eu cursei foca no nível 3 - aplicar. Isso se reflete pelas provas e listas de exercício lotadas de atividades que o aluno precisa aplicar um conceito que aprendeu para resolver uma situação. Isso tem uma desvantagem, porque avaliando apenas o nível 3, o professor não consegue diferenciar os que têm os níveis 1 e 2 e aqueles que nem isso tem. (No caso de um aluno que não consegue aplicar nenhum conceito)

Outro exemplo, tendo consciência desses níveis, o professor pode preparar aulas que trabalharão mais certas habilidades do que outras. Eu comecei minha disciplina atual já na 2a aula pedindo para os alunos aplicarem, o que pode ter sido um erro, pois eles mesmo reclamaram que não conheciam, nem entendiam o que estavam aplicando. Talvez tenha sido um acerto, pois eles conseguiram se motivar a pensar e entender o que estava acontecendo, já no meio da solução de um problema. Preciso ainda refletir sobre o que aconteceu.

Principalmente, na hora de elaborar uma avaliação explícita, o professor pode preparar perguntas que se referem a níveis de habilidades específicos nessa hierarquia. Então você pode fazer perguntas fáceis, médias e difíceis sobre o conhecer um conceito, outras sobre a compreensão do conceito e outros sobre aplicação do mesmo conceito.

Agora, eu gostaria de ajudar meus alunos a desenvolverem habilidades de nível 4. Isso é um grande desafio. Como vocês acham que posso fazer isso? Vocês já tiveram esse tipo de experiência (tanto como aluno quanto como professor)?

Um comentário:

  1. Falamos um pouco sobre atividades de "análise" nos comentários do texto da aula 3, mas é difícil mesmo. Sei lá como fazer em engenharia, rs.



    Instrumentos de "análise e resolução de problemas", como o MASP, podem ajudar! ;)



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