segunda-feira, 20 de maio de 2013

Profissionalismo de Profissionais da Educação

No artigo anterior, comentei que fui numa dinâmica sobre empreendedorismo social em educação. Nessa ocasião, exploramos como podemos criar negócios, empresas, com alto impacto social voltados à educação. Isso me lembrou de um assunto problemático: parece que qualquer um pode trabalhar com educação, que não precisa de formação para isso. Não quero criticar o evento, ele só ajudou a levantar o tema. Mas muitas vezes é isso mesmo que acontece, seria isso bom? Considero grave o problema da falta de profissionalismo dos profissionais de educação, apesar de parecer um paradoxo.

Charge no blog "Problogger".

Existem diversas formas de entender a palavra profissional. Pode ser alguém que tem uma profissão, ou mesmo alguém que tem um emprego (o que é bem diferente). Eu gostaria de considerar profissional alguém que estudou e tem uma profissão e aplica o que estudou em sua profissão com profissionalismo. Profissionalismo é outra palavra chata com diversas interpretações. Aqui eu vou apelar para o dicionário mesmo:
  • Cumprimento do trabalho com seriedade, rigor, competência; procedimento do que é bom profissional. Infopédia.
  • Ação, procedimento, qualidade ou característica do bom profissional, daquele que é competente, capaz, proficiente, responsável, sério, pontual, ético etc. em sua profissão. Aulete.

É verdade, eu uso dicionários online gratuitos e não tenho um dicionário em papel.

Como isso se relaciona com o ramo da educação, especificamente com o ensino de engenharia? É aí que o bicho pega. Em muitos casos, pessoas trabalham com educação sem ter formação, e por causa de vários fatores, elas deixam de ser competentes, sérios, éticos e responsáveis em seus trabalhos. Não sou competente o suficiente para justificar bem essa afirmação, então vou me focar no que vejo em cursos de engenharia.


Voltando ao evento que participei, gostaria de fazer uma nota. Não é qualquer um que pode atuar com profissionalmente em educação, mas um empreendedor bom (social ou não)  pode conseguir ótimos resultados em educação. Porém, para que tenha impacto real, deve considerar o seu profissionalismo e o profissionalismo de seus funcionários. Deve cobrar e dar condições para que tenham competência, responsabilidade, e todas as outras características de um verdadeiro profissional.


Em cursos de engenharia temos vários cargos: professor, monitor, diretor, coordenador, etc. Eu consigo afirmar que nesses casos falta muito profissionalismo desses profissionais. Vi diversos casos de falta de ética, por exemplo. Pessoas preferidas conseguindo cargos ou prêmios sem considerar outras pessoas talvez mais merecedoras. "Jeitinhos" de fazer tarefas, seja para avaliar um aluno, para criar uma disciplina, para avaliar um curso. Vocês devem já ter imaginado e lembrado alguns, relate nos comentários casos de falta de profissionalismo de professores que viveu.

Não é só a falta de ética que fere o profissionalismo no ensino de engenharia. Vou falar de competência e responsabilidade de professores. Em minha vida acadêmica, enfrentei (pensem bem, usei o verbo "enfrentar") muitos professores incompetentes e irresponsáveis profissionalmente. Eles podem ser super competentes ou responsáveis como outros cargos e papéis na sociedade. Porém, como professores são uma negação. Isso é falta de profissionalismo.

Li outro dia uma pergunta no Quora, sobre os melhores professores de faculdade que conheceram. Eu ainda vou fazer um artigo específico sobre o que li nesse caso, gostaria só de salientar que chegar em uma sala de aula, cumprir o horário e a ementa de uma disciplina não faz de uma pessoa um professor profissional. Mesmo assim, dar uma boa palestra é necessário mas não é suficiente para ser um professor competente. Estamos cheios de professores amadores, que não são responsáveis em suas atividades.

Aula encantadora de um professor estadunidense. Suficiente para definir sua competência?

Acredito que esse é um dos maiores problemas dos cursos de engenharia, um problema que poucos têm consciência e muito menos atitude para mudar. Eu tenho algumas ideias, mas não sei muito bem ainda como poderemos resolvê-lo. Gostaria da ajuda de todos para atuar nisso. Vocês concordam que precisamos mudar como os cursos funcionam? Que devemos aumentar o profissionalismo de nossos professores e coordenadores?

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