Você já fez um projeto em que você gostou de trabalhar? Um
projeto em que era legal pesquisar soluções para os problemas, e mais legal
ainda quando uma das soluções escolhidas dava certo? Pode ter sido em alguma
disciplina da faculdade, alguma atividade extracurricular, ou mesmo fora do
ensino superior... Acho difícil ter alguém que nunca gostou de nenhum projeto
que tenha feito enquanto estudava.
Existe um movimento hoje em dia que descreve essa sensação,
de ansiedade positiva para resolver um problema e concluir um projeto, de
“espírito hacker”. Assim, são considerados hackers as pessoas que gostam de
resolver problemas fuçando possíveis soluções, muitas vezes mirabolantes e
extremamente técnicas. Essa conotação vem substituir aquela pejorativa que
classificava como hacker o pirata de computador, a pessoa que atrapalhava a
vida dos outros por má fé usando a tecnologia. O hacker bonzinho pode ser uma
das consequências mais positivas do avanço e da massificação tecnológica.
Um Hacker estereotipado no sentido negativo atuando
Estou muito empolgado com o movimento hacker. Fui ao FISL na
semana passada e fiz contato com bastantes pessoas legais. Existem hackers com
foco em software, outros em
hardware, e outros em máquinas e dispositivos fora da computação. Esses
são links para vídeos com palestras muito interessantes, recomendo muito
assistir, os projetos apresentados dão exemplos de motivação e trabalho feliz. Mesmo que você não tenha curiosidade pela área, é importante para as
pessoas em geral conhecer o estilo de vida dos hackers.
Um resultado de tudo isso são os hackerspaces (ou espaços
hacker). Eles são locais físicos em que pessoas/hackers interessadas em um
assunto se encontram para fazer seus projetos, aprender, ajudar os amigos ou
simplesmente se divertir com o pessoal. Uma outra palestra, dessa vez
especificamente sobre os hackerspaces pode ser vista aqui. Eu até fiz uma
oficina de montar circuito com esse palestrante. Foi bem divertido. Há vários hackerspaces no Brasil, como o Garoa Hacker Clube em São Paulo, o Laboratório Hacker de Campinas, o Tarrafa em Florianópolis e o Matehackers em Porto Alegre?
Um típico hackerspace
Mas por que estou falando disso no blog sobre ensino de
engenharia? Não sei se você percebeu, mas os hackers são pessoas que estão de
bem com a vida enquanto estudam e fazem projetos. Há muita gente, educadores,
professores, acadêmicos, ativistas em geral, que defende a utilização da
filosofia de vida hacker nos cursos e universidades. Liberar o espírito hacker
nos alunos para que eles gostem de estudar e aprender. Não seria bom se a
faculdade permitisse que você fizesse projetos de seu interesse e realizando
esses projetos você aprenderia o conteúdo que eles são obrigados a te passar?
Seria outro mundo.
Peça para um amigo que gosta de música em um curso de
engenharia elétrica fazer circuitos de processamento de som, amplificadores,
pedais de guitarra, baterias elétricas. Ele vai adorar! Será que isso não pode
ser usado para aprender os conteúdos das disciplinas clássicas de engenharia?
Só esse exemplo que dei abrange todos os cálculos, álgebra linear, física 3,
circuitos, eletrônica analógica e digital, sistemas lineares, processamento de
sinais, se eu não esqueci algum. Seria um hacker feliz aprendendo engenharia.
E você? Enquanto aluno já usou (ou usa) seu espírito hacker? Acha que seria melhor aprender assim?
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